quarta-feira, 6 de julho de 2011

Lune de Miel


http://revistamarieclaire.globo.com
"O Brasil é uma das rotas preferenciais do turismo sexual no mundo. Despontou como destino entre as décadas de 1980 e 1990, quando o mercado asiático começou a ficar saturado. Até hoje, no entanto, a Ásia lidera como o principal destino de turismo sexual do globo, com destaque para a Tailândia, altamente problemática. Em seguida vem a América central, Caribe e América do Sul. Entre os principais destinos do turismo sexual no continente americano estão México, Cuba e Brasil." Assim começa a reportagem especial da jornalista Mariana Branco, do Correio Brasiliense, sobre o turismo sexual no Brasil.
A Organização Mundial do Turismo define como turismo sexual as "viagens organizadas dentro do seio do setor turístico ou fora dele, utilizando no entanto as suas estruturas e redes, com a intenção primária de estabelecer contatos sexuais com os residentes do destino".
Durante muito tempo a imagem apresentada no exterior sobre o turismo brasileiro era de puro apelo sexual, mostrando mulheres seminuas e bronzeadas, com insinuações sobre sexo abundante, fácil e barato. Vender o Brasil como o paraíso do sexo fácil, de mulheres calientes e ninfomaníacas já fez parte (e ainda faz, vide matérias sobre agências de turismo neste post) do 'pacote turístico'.
O turismo sexual no Brasil está diretamente vinculado a um outro problema: a indústria do sexo internacional, já que facilita o intercâmbio de muitas dessas mulheres e, consequentemente, o tráfico de seres humanos.

Faces de uma mesma moeda
Segundo a reportagem do Correio Brasiliense, 'o turismo sexual geralmente se apresenta em duas modalidades. A primeira são os chamados pacotes, vendidos por agências de turismo no Brasil e no exterior. Elas oferecem ao cliente a possibilidade de escolher previamente a menina ou adulta desejada por meio de vídeo ou foto. Tem sido cada vez mais frequente o turista escolher tudo via internet, nesses casos. O catálogo de garotas em papel vem perdendo espaço."
É com esse tipo de propaganda que o Brasil entra na rota do turismo sexual.
Segundo a revista MarieClaire em reportagem também especial sobre o tema, esse é o caminho mais curto e com garantia absoluta de combinar viagem com sexo. "Na rede, o cliente pode escolher a mulher antes mesmo de seguir viagem. As agências oferecem sigilo e algumas propõem a criação de um álibi, como um comunicado falso de trabalho, caso seja necessário driblar a vida doméstica."
A outra modalidade de turismo sexual apontada pela reportagem do Correio Brasiliense, "é aquela em que o interessado viaja por conta própria. Ele chega ao Brasil por intermédio de qualquer agência de viagem, em voo fretado ou comercial. Neste esquema, as mulheres se oferecem para o turista nas ruas e frequentemente entram em cena os facilitadores - taxistas, donos de barracas e vendedores que funcionam como intermediários, procurando meninas e mulheres caos o turista solicite. Como ganham dinheiro para fazer esse tipo de serviço, muitas vezes um percentual do que levam as garotas - cometem crime, e podem ser enquadrados por exploração sexual".
Essa 'máfia' do turismo sexual além de explorar meninas e mulheres envolve um gigantesco esquema de lucro para quem está por trás, como as agências de turismo, os donos de bares e restaurantes, além do tráfico de drogas que ajuda a movimentar todo esse comércio.
O turismo sexual é uma das expressões da violência contra meninas e mulheres.
Em 2010 no programa Fantástico foi mostrada uma Propaganda internacional sobre o turismo no Brasil que serve de exemplo sobre como as mulheres brasileiras são apresentadas no exterior. No comercial a agência ainda diz que: "Não é problema dela (a agência) o que eles (os turistas) vão fazer no Brasil".
É uma vergonha. Não é bonito e nem engraçado. E, além de tudo é racista.
É também do Fantástico (março, 2011) a reportagem investigativa sobre o Turismo sexual no Brasil  vendido na Alemanha, que mostra o Recife como parte da rota do turismo sexual. A boate (casa noturna, bar, pousada, restaurante... e o que mais mesmo?)  Bamboo é velha conhecida do turismo sexual em Recife, já tendo sido interditada por diversas vezes pela Diretoria de Controle Urbano - Dircon, da Prefeitura da Cidade do Recife.

Foto: http://www.mulherbeleza.com.br
Lune de Miel
Desde a primeira vez que vi o comercial das sandálias Havaianas fiquei encasquetada.
Lune de Miel.

Há quem afirme que o objetivo da propaganda
Lune de Miel é mostrar por meio das Havaianas, como é bom ser brasileiro, pertencer a um país cheio de alegria, cores e energia, otimista, solidário, que une várias culturas e etnias com festa e paz." (www.voxnews.com.br).

Mas eu pergunto: será que tudo que temos pra mostrar no Brasil são Havaianas e bunda?
Nada contra as sandálias que já viraram uma marca deste país, mas não dá pra reforçar um preconceito e um estereótipo da mulher brasileira.

Afinal de contas, como diz Rita Lee:
Nem! Toda brasileira é bunda
(Pagu: composiçao Rita Lee e Zélia Duncan)

Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão
Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Minha força não é bruta
Não sou freira nem sou puta

Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Sou rainha do meu tanque
Sou pagu indignada no palanque
Fama de porra-louca, tudo bem
Minha mãe é Maria ninguém
Não sou atriz, modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima

Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem.



Para saber mais sobre turismo sexual:

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