sábado, 3 de dezembro de 2011

Que bom te ver viva!

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Impossível descrever todas as violências praticadas pelos torturadores durante o regime da ditadura civil-militar desde o golpe de 1964 contra homens mulheres e crianças, capturados ou simplesmente considerados subversivos e hostis ao novo regime policialesco. 

Todos já submetidos ao cárcere e indefesos diante dos carrascos. Desde a invasões de domicílios, maltrato de familiares assustados diante da violência, roubo de objetos de valor das famílias até, finalmente o sequestro nos porões do DOI-CODI, DEOPS, Delegacias, etc. 

Choques elétricos na partes íntimas (vagina, seios, anus); na cadeira do dragão (semelhante a cadeira elétrica, toda de metal e com o capacete de "Cristo")onde várias(os) morreram com perfuração no cérebro; afogamento ; pau-de-arara; torturas por violência sexual (estupros,, ameaças de violação, etc);tortura psicológica e moral (torturando parentes e filhos na frente do prisioneiro(a), etc., etc., testam a perversidade desse criminosos (crimes de lesa-humanidade, portanto não prescritos e não amparados pela anistia.) Rachel Moreno

Hoje quando conectei à internet a primeira coisa que vi foi essa foto de Dilma Roussef, aos 22 anos em 1970 em depoimento nos tempos sombrios que esse país viveu - a Ditadura Civil-Militar. 
Dilma tinha passado 22 dias de tortura e ali estava, pronta para o depor diante de seus algozes. Que fibra, que altivez e que coragem! 
Homens e mulheres sofreram todo tipo de tortura na época das ditaduras militares, em vários países onde ela ocorreu. Muitos depoimentos foram feitos na base da tortura, da violência física, psicológica e sexual. No entanto, foram as mulheres que mais sofreram os abusos sexuais. E no Brasil não foi diferente. O período da repressão e ditadura militar foi marcado pela falta de liberdade, pelo entreguismo aos Estados Unidos, pela violência e todo tipo de tortura e assassinatos.
Segundo a enciclopédia livre, a tortura é a imposição de dor física, psicológica por crueldade, intimidação, punição para obtenção de uma confissão, de uma informação ou simplesmente por prazer da pessoa que tortura.
Período em que muitos homens e mulheres desapareceram dos porões do DOI-CODI, que era o Destacamento de Operações de Informações e Centro de Operações de Defesa Interna. Essa palavra (sigla) fazia muita gente tremer naquela época e faz ainda hoje pelas terríveis e amargas lembranças que provoca. O DOI-CODI foi o órgão criado pelo regime militar para prender, torturar e matar aqueles que eram contrários ao sistema.
Lembrei do filme Que bom te ver viva (1989) de Lucia Murat com participação especial de Irene Ravache, que conta a história de brasileiras que viveram a luta armada contra a ditadura militar. 
Como parte dos 16 Dias de Ativismo fica a lembrança, a homenagem e a admiração por todas as mulheres que se rebelaram, que resistiram, que enfrentaram a ira dos algozes, mas também a todas que sucumbiram, que não resistiram e desapareceram. A todas, o meu agradecimento.

Assista e leia também:
Livro relata abusos sexuais contra presos na ditadura militar
Que bom te ver viva


A foto: Dilma na sede da Auditoria Militar no Rio de Janeiro, em novembro de 1970. Ao fundo, os oficiais que a interrogavam sobre sua participação na luta armada escondem o rosto com a mão (Foto: reprodução que consta no processo da Justiça Militar)

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