domingo, 4 de novembro de 2012

Infância roubada: índias amazonenses são abusadas e exploradas sexualmente e não se faz nada.


Imagem: Google
Os crimes de estupro de vulnerável e exploração sexual têm penas previstas de quatro a dez anos de reclusão. É um assunto que incomoda. Revira o estômago. Trata-se de pedofilia. Uma das formas mais perversas de violência contra crianças e adolescentes. No entanto, apesar de abominável e horrendo, esse tipo de crime é comum no município de São Gabriel da Cachoeira, na fronteira do Brasil com a Colômbia.
Toda essa história está contada com detalhes na reportagem de hoje (04/10) da Folha de São Paulo sobre a venda de virgindade de meninas índias no Amazonas, da jornalista Kátia Brasil.
Segundo a reportagem, no referido município amazonense, um homem branco compra a virgindade de uma menina indígena com aparelho celular, R$ 20, peça de roupa de marca e até com uma caixa de bombons.
São Gabriel da Cachoeira fica no Alto Rio Negro, região rica em minérios que abriga a maior população indígena do Brasil. Segundo Kátia Brasil, são 22 etnias o que faz com que 90% da população - 38 mil habitantes - seja formada por índios, incluindo o prefeito e o vice-prefeito do município. A região, também conhecida como Cabeça de Cachorro, é estratégica para as Forças Armadas do Brasil, pois é alvo de tráfico de drogas e de incursões de guerrilheiros. Segundo a matéria, em muitas aldeias não há escolas e opções de sustento o que leva as famílias à cidade. E é exatamente lá que elas se deparam com a exclusão social e com o abuso e exploração sexual das meninas índias. "Os brancos formam a elite, em sua maioria funcionários públicos e militares. Os índios sobrevivem com ajuda de programas sociais e moram em casebres de chão de terra batida e sem água encanada. O alcoolismo e o suicídio entre eles são o maior drama social local".
A exploração sexual de crianças indígenas na região é denunciada desde 2008, conforme você pode ler AQUI. Na polícia civil três inquéritos foram abertos, mas nenhum dos nove suspeitos foi preso ou indiciado.
No mês passado, a Polícia Federal entrou na investigação, já que a denúncia vem desde 2008 e nenhum suspeito foi preso. Doze meninas já prestaram depoimentos. Os relatos das meninas falam de empresários do comércio local, de um ex-vereador, dois militares do Exército e um motorista.
Estamos falando de crianças, de meninas que estão sendo vilipendiadas, tendo a sua infância roubada por homens sem nenhum escrúpulo, em um município onde impera a impunidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário